Almocei com um amigo de longa data. Daqueles que ainda se lembram de mim com um nascer-de-sol no olhar e há já muito que apenas vê uma longa fase de lua nova. Falámos durante horas, já os empregados saíam e apenas o gerente, conhecido do meu amigo, permaneceu connosco de volta de umas Amêndoas. É divorciado pela segunda vez e há seis meses juntou-se com uma húngara. Diz que nunca esteve tão feliz, que ela é maravilhosa em todos os campos e muito serena, que o que o fez arrumar as malas no passado foi precisamente as mulheres guerreiras que faziam questão de ver uma revolta em tudo, para as quais a casa se tornava um campo de batalha e ele um alvo a abater, racionando o sexo e bombardeando a cabeça dos miúdos. Tem precisamente o oposto, uma mulher que o trata como se ele fosse o único homem à face da terra, que não levanta ondas em lagos e que se sente feliz sem contrapartidas de férias, jóias ou vestidos. O mais engraçado, dizia ele, é que ela se comporta como se tivesse tudo mesmo trabalhando numa profissão braçal, andando de transportes e dispensando luxos que ele lhe podia oferecer sustentando sempre que o amor dele lhe é suficiente. Ria-se de sorriso convicto e aberto enquanto nos contava isto, sentíamos que de facto aquele homem estava realizado. Rematou com um "é outra cultura", lá não têm a cabeça tão virada para o ombrear de sexos, a mulher tem prazer em ser mulher sem querer (vou repetir a expressão que usou) ter colhões.
Foi ele que disse.
7 comentários:
E depois há quem abdique dos vestidos e das viagens e do resto das futilidades porque sente que lhe falta o respeito. Mesmo o amor sendo apregoado aos quatro ventos, o que se faz quando não se sente que ele exista, porque não se demonstra respeito. É isto ter os ditos de que fala o seu amigo? Penso que não.
E o que é que tu achas? Relataste mas não opinaste!
Pois, este é o tipo de mulheres que os machos portugueses adoram: submissa, meiguinha, que os trate como reis e senhores...
e que eles nem tenham trabalho de retribuir porque afinal elas sentem-se muito felizes a andar com uns trapinhos quaisquer, de transportes públicos e aposto que agarradas ao fogão e de balde e esfregona na outra.
acho que sim, casem-se todos com estas mulheres do século passado porque nós, as portuguesas, felizmente somos feitas de outro material.
Darling bitches they come they go, real women don't stay too long.
E que tal uma boneca insuflável para a cama e um robot para limpar a casa? Sempre ficava ainda mais barato porque não comem nem precisam de transporte! Esse senhor deve ter visto o filme "The Stepford wives" e entendeu a mensagem toda ao contrário!
Confesso que gosto muito daquele esquema tratar da casa-dedicação ao companheiro, gosto de fazê-lo. Dá-me prazer e não me vejo escrava de ninguém, bem pelo contrário... compensada com doses de paixão. Chega-me.
Depois, há todo um conjunto de variantes que levam com que seja igual a todas as outras... talvez pq refile muito.
=))
Também sou fã de cuidar da casa e do meu homem. Isso não é escravatura, é o verdadeiro poder.
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