quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Despedidas de solteiro

Esta noite talvez tenha bebido muito para lá do que seria normal a um humano (à excepção de um siberiano talvez). Andei por ruas que conheço desde miúdo como se fossem novos trajectos nunca antes vistos, contemplei o céu como se ele não lá estivesse desde sempre e a pensar que das coisas infinitas o homem tem capacidade de muito poucas. Somos afinal tão efémeros, temos um prazo tão curto e mesmo antes de terminarmos vamos já tão podres... acordei com uma dor de cabeça e a reparar que a rua afinal é a que sempre foi, sem estacionamento possível, sem roupa nos estendais ou monovolumes. É uma rua estéril, tem nome de sorrisos mas só proporciona tristezas. E mais uma vez acordei amparado por um tecto seu, não faço ideia quem me trouxe, acho que vim de táxi e não sei do telemóvel. Tenho uma imagem retida na cabeça, o padrinho do noivo a lamber caramelo das mamas da stripper, uma portuguesa a terminar um curso de gestão que ou muito me engano foi para casa com o guloso do grupo. Pode ser que lhe faça um desconto na despedida de solteiro dele que se casa daqui a menos de três meses.
Enfim.

5 comentários:

Anónimo disse...

Casando a menos de três meses provavelmente havará mais umas quantas despedidas...
Gosto das leituras por aqui.


Bj

Cirrus disse...

É incrível aquilo que reparamos quando estamos bêbados que nem carros!!! Mas de vez em quando sabe bem ceder ao "lirismo dos bêbados".

Quanto à stripper, deve andar a tirar um curso de indigestão, talvez...

Malena disse...

Excelente forma de escrever!
Pena a amargura que subjaz a cada post! Às vezes temos que fazer uma viagem dentro de nós para voltarmos à tona e vermos outra vez o mundo com olhos de quem bebeu para lá do que seria normal, mas estando sóbrios.

ana disse...

Tire lá o acento circunflexo de "dor" que para dor já basta a palavra por si mesma, não precisa de nada a fazer-lhe peso em cima. ;)

J. Maldonado disse...

Isso é que foi a puta da loucura! :))